quinta-feira, 19 de setembro de 2013
Loreka e Alzheimer
Há tempos escrevemos sobre o mal de Alzheimer, doença que provoca a perda das funções intelectuais, reduzindo a capacidade de trabalho e relação social, interferindo no comportamento e na personalidade do indivíduo. Dentro desse contexto me referi à Loreka, fêmea do gênero papagaio, cuja relação comigo, ao inverso da minha esposa Neide, não é nem um pouco amistosa. Ave por demais inteligente consegue imitar a voz humana, mas sua animosidade por mim teve início quando, propositadamente, negava-lhe o alimento que trazia nas mãos. O tempo se encarregou, naturalmente, de proporcionar situações distintas. Quando da minha presença próximo ao viveiro ela se transforma: o olhar fixo, as penas eriçadas e a posição de ataque. Já afastado, ela me imita nos assobios em infindável variedade de sons, temos até um grito de guerra! Mas o tempo passou e os hábitos não se modificaram. Agora, temos a companhia de outra ave, uma calopsita, inteligente e dócil, para servir de mediadora entre eu e a Loreka. Que irá acontecer com essa nova parceria? No reino humano naturalmente pediria ajuda a uma Escola Freudiana? E no reino das aves? Teremos analistas para desvendar essa encrenca? Poderá ser afetada pelo Alzheimer e ainda tornar-se minha amiga? Respostas para as próximas décadas.
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